sábado, 25 de agosto de 2007

texto gramatistória

Em meio a uma crônica o Ponto Final e a Vírgula se conheceram. E em uma voz passiva e analítica dialogaram. Perceberam que um era o coEm meio a uma crônica o Ponto Final e a Vírgula mplemento do outro.Em letra maiúsculas fizeram do verbo "amar" um verbo de ligação entre eles. E no presente, traçaram planos para o
futuro. Concordaram em tudo – gênero e número – e se fizeram "o Ponto e Vírgula". Assim viveram... Se completaram por composição e derivação. Fizeram a vida tão sábia quanto a poesia de Cora Coralina e tão doce quanto os romances de José de Alencar. Promoveram diversos encontros consonantais, muitos dos quais não sofreram a divisão silábica. Viveram de realismo e ficção. Conjugaram o verbo "amar" em todos os tempos e modos... Até que o Ponto começou a desconfiar que a Vírgula mantinha casos particulares com algum sujeito indeterminado. O Ponto de tudo fez para descobrir quem era este sujeito. Interrogou o Ponto de Interrogação. Interrogou as Reticências, as Aspas, os Parênteses... Até orações fez. Mas nada descobriu. Já estava quase esquecendo o incidente quando a Partícula de Realce apareceu como indicativo do sujeito. Era o Travessão. Atordoado com a afirmação, o Ponto não conseguia entender como a Vírgula se apaixonara com um sujeitinho simples como aquele. Chegou a dizer que a Vírgula fora a pontuação mais singular que já conhecera e que aquele amor fora o substantivo mais abstrato que passara por sua vida. Todo aquele pretérito mais que perfeito perdeu o sentido. Não havia adjetivo explicativo o bastante para explicar tal traição. Então, num tom imperativo, resolveu ir ter com o Travessão. Afinal, um ponto final precisa encerrar a última palavra. Partiu, num grau comparativo de superioridade, disposto a rasgar o verbo e abalar a estrutura das palavras. Chegando diante do Travessão, fez dele objeto direto dos mais terríveis adjetivos, prepostos quase sempre por complementos nominal e verbal de baixo calão. O Travessão agüentou o quanto pôde, até que, como na regra geral, partiu para uma acentuação diferencial. Rolaram-se trocando socos e pontapés. Logo foram chegando elementos de todo lugar. Os Prefixos Latinos, os Radicais Gregos, o Verbo — que na ocasião se dirigia para seu emprego, os fonemas, as vogais... Chegaram tantos curiosos que logo formaram uma enorme redação ao redor da briga. E do meio dos curiosos, saiu o Hífen, que outrora separava os elementos compostos por justaposição, fazendo-se de partícula apassivadora, separou o Ponto e o Travessão. O Ponto, acalmando sua fúria, olhou para o Travessão. Estava tão quebrado que mais parecia a letra "Z". Dirigiu seu olhar ao grupo que o circundava. Já estava tão grande que formava um conto. Todos olhavam fixamente para ele e usavam palavras denotativas de realce que faziam de seu ato uma hipérbole. Tristonho e cabisbaixo, o Ponto sentiu-se minúsculo como se fosse o sinônimo do primitivismo. Resolveu então, por um ponto final na sua vida de Ponto Final. Subiu o ponto mais alto da escala gramatical e de lá se atirou para o seu infinitivo pessoal.
Nélio Ferreira Loures, 1964, mineiro de Belo Horizonte, é consultor de informática. Publicou, por conta própria, dois livros de poesias: “de mãos dadas com você” e “tua vida, minha vida”. “Gramatistória” foi apresentado no programa “Afinando a Língua” da TV Futura, em setembro de 2000.

MÃOS DADAS

Mãos Dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.

Também não cantarei o mundo futuro.

Estou preso à vida e olho meus companheiros

Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.

Entre eles, considere a enorme realidade.

O presente é tão grande, não nos afastemos.

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.

não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.

não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.

não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,

a vida presente.


CARLOS DRUMMOD

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

História da Literatura

História da Literatura História da Literatura, Escolas Literárias, Principais poetas de todos os tempos, principais obras literárias, livros de sucesso, contos, fábulas e best-sellers.
Séculos VIII a.C. a II a.C.As primeiras obras da História que se tem informação são os dois poemas atribuídos a Homero : Ilíada e Odisséia. Os dois poemas narram as aventuras do herói Ulisses e a Guerra de Tróia. Na Grécia Antiga os principais poetas foram: Píndaro, Safo e Anacreonte. Esopo fica conhecido por suas fábulas e Heródoto, o primeiro historiador, por ter escrito a história da Grécia em seu tempo e dos países que visitou, entre eles o Egito Antigo.


Séculos I a.C. a II d.C. : A literatura na História de Roma AntigaVários estilos que se praticam até hoje, como a sátira, são originários da civilização romana. Entre os escritores romanos do século I a.C. podemos destacar: Lucrécio (A Natureza das Coisas); Catulo e Cícero. Na época de 44 a.C. a 18 d.C., durante o império de Augusto, corresponde uma intensa produção tanto em poesia lírica, com Horácio e Ovídio, quanto em poesia épica, com Virgílio autor de Eneida. A partir do ano 18, tem início o declínio da História do Império Romano, com as invasões germânicas. Neste período destacam-se os poetas Sêneca, Petrônio e Apuleio.
Séculos III a XApós a invasão dos bárbaros germânicos, a Europa se isola, forma-se o feudalismo e a Igreja Católica começa a controlar a produção cultural. A língua (latim) e a civilização latina são preservadas pelos monges nos mosteiros.A partir do século X começam a surgir poemas, principalmente narrando guerras e fatos de heroísmo.
Século XI : As Canções de Gesta e as Lendas ArturianasÉ a época das Canções de Gesta, narrativas anônimas, de tradição oral, que contam aventuras de guerra vividas nos séculos VIII e IX , o período do Império Carolíngio. A mais conhecida é a Chanson de Roland ( Canção de Rolando ) surgida em 1100. Quanto à prosa desenvolvida na Idade Média, destacam-se as novelas de cavalaria, como as que contam as aventuras em busca do Santo Graal (Cálice Sagrado) e as lendas do rei Artur e dos Cavaleiros da Távola Redonda.
Séculos XII a XIV : O trovadorismo e as cantigas de escárnio e maldizerÉ o período histórico do trovadorismo e das poesias líricas palacianas. O amor impossível e platônico transforma o trovador num vassalo da mulher amada, exemplo do amor cortês. Neste período, também foi comum o poema satírico, representado pelas cantigas de escárnio (crítica indireta) e de maldizer (crítica direta).
Séculos XIV a XV : HumanismoO homem passa a ser mais valorizado com o início do humanismo renascentista. A literatura mantém características religiosas, mas nela já se podem ver características que serão desenvolvidas no Renascimento, como a retomada de ideais da cultura greco-romana. Na Itália, podemos destacar: Dante Alighieri autor da Divina Comédia, Giovanni Bocaccio e Francesco Petrarca. Em Portugal, destaca-se o teatro do poeta de Gil Vicente autor de A Farsa de Inês Pereira.
Século XVI : O classicismo na História O classicismo tem como elemento principal o resgate de formas e valores da cultura clássica, ou seja greco-romana. O mais importante poeta deste período histórico foi Luís de Camões que escreveu Os Lusíadas, narrando as aventuras marítimas da época dos descobrimentos. Destacam-se também os franceses François Rabelais e Michel de Montaigne. Na Inglaterra, o poeta de maior sucesso foi William Shakespeare se destaca na poesia lírica e no teatro. Na Espanha, Miguel de Cervantes faz uma sátira bem humorada das novelas de cavalaria e cria o personagem Dom Quixote e seu escudeiro, Sancho Pança, na famosa obra Dom Quixote de La Mancha.
Século XVII As idéias da Contra-Reforma marcaram profundamente esta época, principalmente nos países de tradição católica mais forte como, por exemplo, Espanha, Itália e Portugal. Na França, a oratória sacra é representada por Jacques Bossuet que defendia a origem divina dos reis. Na Espanha, destacam-se os poetas Luís de Gôngora e Francisco de Quevedo. Na Inglaterra, marca significativamente a poesia de John Donne e John Milton autor de O Paraíso Perdido.
Século XVIII: O NeoclassismoÉpoca da valorização da razão e da ciência para se chegar ao conhecimento humano. Os filósofos iluministas fizeram duras críticas ao absolutismo. Na França, podemos citar os filósofos Montesquieu, Voltaire, Denis Diderot e D'Alembert, os organizadores da Enciclopédia, e Jean-Jacques Rousseau . Na Inglaterra, os poetas Alexander Pope, John Dryden, William Blake. Na prosa pode-se observar o pleno crescimento do romance.Obras e autores deste período da História: Daniel Defoe autor de Robinson Crusoe; Jonathan Swift ( As Viagens de Gulliver ) ;Samuel Richardson ( Pamela ); Henry Fielding ( Tom Jones ); Laurence Sterne ( Tristram Shandy ). Nessa época, os contos de As Mil e Uma Noites aparecem na Europa em suas primeiras traduções.
Século XIX (primeira metade) : O RomantismoNo Romantismo há uma valorização da liberdade de criação. A fantasia e o sentimento são muito valorizados, o que permite o surgimento de obras de grande subjetivismo. Há também valorização dos aspectos ligados ao nacionalismo. Poetas principais desta época: Almeida Garret, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco, Giacomo Leopardi, James Fenimore Cooper, Edgard Allan Poe.
Século XIX (segunda metade) : O RealismoMovimento que mostra de forma crítica a realidade do mundo capitalista e suas contradições. O ser humano é retratado em suas qualidades e defeitos, muitas vezes vitimas de um sistema difícil de vencer.Principais representantes: Gustave Flaubert autor de Madame Bovary, Charles Dickens ( Oliver Twist ), Charlotte Brontë (Jane Eyre), Emily Brontë (O Morro dos Ventos Uivantes), Fiodor Dostoievski, Leon Tolstoi, Eça e Queirós, Cesário Verde, Antero de Quental e Émile Zola, Eugênio de Castro, Camilo Pessanha, Arthur Rimbaud, Charles Baudelaire.
Décadas de 1910 a 1930 : fugindo do tradicionalOs escritores deste momento da História vão negar e evitar as tipos formais e tradicionais. É uma época de revolução e busca de novos caminhos e novos formatos literários.Principais escritores deste período: Ernest Hemingway, Gertrude Stein, William Faulkner. S. Eliot, Virginia Woolf , James Joyce, Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa, Cesar Vallejo, Pablo Neruda, Franz Kafka, Marcel Proust, Vladimir Maiakovski.
Década 1940 : a fase pessimistaO pessimismo e o medo gerados pela Segunda Guerra Mundial vai influenciar este período. O existencialismo de Jean-Paul Sartre , Simone de Beauvoir e Albert Camus vão influenciar os autores desta época. Na Inglaterra, George Orwell faz uma amarga e triste profecia do futuro na obra 1984.
Década de 1950: crítica ao consumismoAs obras desta época da História criticam os valores tradicionais e o consumismo exagerado imposto pelo capitalismo, principalmente norte-americano. O poeta Allen Ginsberg e o romancista Jack Kerouac são seus principais representantes. Henry Miller choca a crítica com sua apologia da liberdade sexual na obra Sexus, Plexus, Nexus. Na Rússia, Vladimir Nabokov faz sucesso com o romance Lolita.
Décadas de 1960 e 1970 Surge o realismo fantástico, como na ficção dos argentinos Jorge Luis Borges e Julio Cortázar . Na obra do colombiano Gabriel García Márquez , Cem Anos de Solidão, se misturam o realismo fantástico e o romance de caráter épico. São épicos também alguns dos livros da chilena Isabel Allende autora de A Casa do Espíritos. No Peru, Mario Vargas Llosa é o romancista que ganha prestígio internacional. No México destacam-se Juan Rulfo e Carlos Fuentes, no romance, e Octavio Paz, na poesia.A literatura muda o foco do interesse pelas relações entre o homem e o mundo para uma crítica da natureza da própria ficção. Um dos mais importantes escritores a incorporar essa nova concepção é o italiano Ítalo Calvino.



sexta-feira, 10 de agosto de 2007

JOÃO GUIMARÃES ROSA (1908-1967 1946)

. JOÃO GUIMARÃES ROSA (1908-1967 1946);

Vida: João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, pequena cidade do interior de Minas Gerais. Filho de um comerciante da região, ali fez seus estudos primários, indo posteriormente a Belo Horizonte, onde cursou o secundário e ingressou na Faculdade de Medicina, formando-se médico, condição em que participou da Revolução Constitucionalista de 1932. Mudando-se para o Rio de Janeiro em 1932, fez concurso para a carreira de diplomata no então Ministério do Exterior, iniciando uma atividade que o levaria a varias partes do mundo.

Obras: Sagarana (contos -) Corpo de baile (novelas, 1956 - Manuelzão e Miguilim; No Urubuquaquá no Pinhém; Noites do sertão); Grande sertão: veredas (romance, 1956); Primeiras estórias (contos, 1962); Tutaméia (contos, 1967); Estas estórias (contos, 1969).

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sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Estou muito feliz.Finalmente depois de inúmeras tentativas consegui fazer o meu blogger.Este será o primeiro de muitos.